quarta-feira, 28 de julho de 2010

REN

REN: Galp e Moçambique são os negócios mais urgentes
Empresa tem no horizonte aquisição de 7,5% do capital da Hidroeléctrica de Cahora Bassa. Em Portugal, acordo com Galp para gás natural reflectirá investimento de 70 milhões de euros

REN «está pronta para ser privatizada»Lucro da REN cai 25,6% no primeiro semestreJulho já é mês de recordes em consumo de energiaGalp e REN assinam Memorando de Entendimento na área do gás naturalElectricidade de Moçambique e REN criam Nem a queda dos lucros da REN na primeira metade do ano faz balançar as expectativas de internacionalização na empresa. A parceria com a Electricidade de Moçambique (EDM) está no bom caminho. No que toca a investimentos em Portugal, o acordo com a Galp para a área do gás natural irá dinamizar o negócio da gestora das redes energéticas nacionais.

Em Moçambique, a REN vai «projectar a engenharia portuguesa» e «valorizar as infra-estruturas que a EDM já tem». A empresa liderada por Rui Cartaxo «foi convidada para realizar uma análise em Cahora Bassa», explicou o director financeiro da empresa, João Nuno Palma.

Reservas de gás: REN e Galp preparam concurso internacional

A proposta da accionista Parpública para adquirir uma participação de 7,5% no capital da Hidroeléctrica daquela região é o assunto que está em cima da mesa. O que interessa agora é «adquirir ou não a participação de Cahora Bassa. Será sempre para adquirir com uma estratégia de internacionalização e de transferência tecnológica para Moçambique». «Vendemos competência técnica. Todas as grandes empresas de engenharia do mundo estão» naquele país de África.

Gás natural: investimento de 70 milhões

A REN não descura os investimentos em solo português. A empresa assinou com a Galp, na semana passada, um memorando de entendimento na área do gás natural. Em causa está a construção de até quatro cavernas de armazenamento subterrâneo de gás natural na zona de Pombal, mais propriamente na área concessionada do Carriço.

REN «está pronta para ser privatizada»

À REN caberá a exploração de duas dessas cavernas, num investimento de cerca de 70 milhões de euros, revelou o mesmo responsável.

João Nuno Palma quis ainda destacar que «a segurança do abastecimento do gás natural em Portugal tem uma grande percentagem de energia renovável: 40% hídrica e 30% eólica».

terça-feira, 27 de julho de 2010

Vidreira de Moçambique

Governo vende vidreira a a empresa local

O Governo moçambicano vendeu hoje a Vidreira de Moçambique, a mais antiga fábrica de vidros do país, por cerca de dois milhões de euros à moçambicana SONIL, que prevê reiniciar a actividade daquela empresa dentro de meio ano.

A Vidreira de Moçambique foi, durante o tempo colonial e depois da independência, em 1975, uma referência na produção de vidro para embalagens e loiça para cozinha, quer no país, quer em toda a região da África Austral.

Desde 1998, quando a companhia portuguesa Barbosa & Almeida abandonou a empresa, a sua gestão ficou entregue ao Governo que hoje, através do Instituto de Gestão das Participações do Estado (IGEPE), assinou o contrato de compra e venda com a SONIL.

Apesar de há cerca de duas semanas, o presidente do IGEPE, Hipólito Hamela, ter anunciado a adjudicação, por cerca de quatro milhões de euros, a Vidreira de Moçambique passou para as mãos da SONIL, empresa dedicada à atividade comercial,
em diversas vertentes, por 2. 386 milhões de euros.

Para Hipólito Hamela, "é o culminar de várias negociações, mas também o início de uma actividade que prevê como o princípio da reactivação da empresa", sendo que o mais importante é "arrancar com a indústria e criar emprego para os moçambicanos".

"O ganho do Estado não está em vender património, porque senão teríamos conseguido uma proposta melhor do que esta", acrescentou o administrador do IGEPE, Santos Jegue.

Santos Jegue explicou que, de entre todas as propostas, a mais viável foi a da SONIL, por estar interessada em restaurar a produção de vidro no país.

Ainda segundo o administrador da IGEPE, a moçambicana SONIL vai investir, numa primeira fase de arranque, "acima de dois milhões de dólares" (1. 539 milhão de euros) e numa segunda fase, já de expansão e aumento da produção, "mais de sete milhões de dólares", o equivalente a 5. 589 milhões de euros.

O acordo prevê que a SONIL assegure o início da actividade da fábrica no prazo de um ano e execute o investimento previsto no plano de reestruturação da vidreira em três anos, contados a partir de hoje. A empresa deverá empregar, pelo menos, 200 pessoas.

De acordo com o presidente da SONIL, Mohamed Abdul Satar, a vidreira estará a funcionar dentro do prazo previsto, mas "em seis meses vai estar a trabalhar só com uma linha de produção de garrafas".

Embora esteja agora a começar a trabalhar na indústria das embalagens, a SONIL pretende entrar no mercado regional, que até agora tem recorrido à importação devido à falta de produção.

Para esse projecto, a empresa contará com o apoio de parceiros como a Coca Cola, a Pepsi e a empresa Cervejas de Moçambique, adiantou Mohamed Abdul Satar. "Todos estão muito interessados em ver a fábrica a arrancar", na medida em que "vai liquidar os problemas de escassez do mercado".

O presidente da SONIL não quis, porém, adiantar o lucro previsto com o reinício da actividade da vidreira, e também não quis falar de novas áreas de investimento.

Até hoje, a Vidreira de Moçambique fazia parte dos 27 por cento de empresas inactivas participadas pelo Estado moçambicano, num total de 131.


segunda-feira, 26 de julho de 2010

O Município de Maputo vai introduzir parquímetros

O Município de Maputo vai introduzir, a partir de Novembro, o sistema de parquímetros na via pública para facilitar a gestão do estacionamento de viaturas nas zonas de maior congestionamento de trânsito, na cidade.

O projecto será implementado por um consórcio das empresas ACSG e FORENCO AUTOMETRIC, nacional e da África do Sul, respectivamente, que ganharam o concurso público lançado pela edilidade para o efeito.

O sistema vai consistir na colocação de máquinas que vão controlar o tempo e o valor a ser pago pela permanência de viaturas que serão estacionadas nos locais onde estes mecanismos estarão fixados.

Este sistema será instalado em duas etapas, a primeira designada Zona A, que prevê a instalação de três mil parquímetros a partir da Avenida 24 de Julho até à baixa da cidade, na Avenida 25 de Setembro. A segunda, chamada Zona B, engloba todos os bairros que se localizam do lado oposto da Avenida 24 de Julho e que não terão sido abrangidos na primeira fase.

“O consórcio seleccionado vai se encarregar de implementar a primeira etapa do projecto e para a segunda fase vamos lançar outro concurso público no primeiro trimestre do próximo ano”, disse João Matlombe, vereador para área de Transportes e Trânsito no Município de Maputo.

A adjudicação das obras foi feita recentemente e neste momento está em curso a organização de aspectos técnicos que vão anteceder a colocação dos parquímetros, segundo ainda a fonte.

“Neste momento, a empresa vai iniciar o processo de contratação e formação de pessoal, acto que vai decorrer, enquanto se importa os equipamentos a ser usados”, afirmou Matlombe, acrescentando que o projecto está avaliado em cerca de 750 mil dólares norte-americanos.

Espera-se que a instalação de parquímetros contribua para uma melhor organização e gestão do estacionamento na via pública, disciplinar os automobilistas em relação a esta questão e ainda reduzir os problemas de congestionamento nas zonas críticas.

“É através dessas máquinas que os automobilistas saberão que valor a pagar pelo período em que os seus carros estiverem estacionados na rua”, explicou a fonte, garantindo que para o funcionamento normal do sistema os pavimentos estarão sinalizados e será igualmente instalada a sinalização vertical para indicar o tempo máximo de permanência, findo o qual o automobilista pagará pelo estacionamento.

“O tempo máximo previsto para a permanência de um carro em determinado espaço será de duas horas e meia. Depois disso, a pessoa será obrigada a pagar pelo estacionamento ou então retirar a sua viatura”, disse Matlombe, acrescentando que para o caso de automobilistas que trabalham na zona em referência será aberta a possibilidade de estes adquirirem cartões que lhes permitam estacionar por um tempo indeterminado, apenas na área referenciada neste documento.

Fosfatos na província de Nampula

A empresa mineira brasileira Vale está interessada em explorar depósitos de fosfatos na província de Nampula, afirmou o director nacional de Minas de Moçambique, Eduardo Alexandre, em declarações ao jornal Diário de Moçambique.

Eduardo Lourenço disse ainda ao jornal que se publica na cidade da Beira, província de Sofala, que a Vale já iniciou alguns estudos para avaliar a dimensão dos depósitos tendo "os seus responsáveis ficado satisfeitos com os resultados".

Aquele responsável adiantou ao Diário de Moçambique que a Vale deverá iniciar um estudo de viabilidade económica em 2011 embora a exploração dos depósitos não deva começar antes de 2014.

Alexandre não apresentou qualquer valor para o previsível investimento da Vale nos fosfatos de Nampula mas disse que poderão ser mesmo mais elevados do que os que a Vale irá efectuar na sua concessão carbonífera de Moatize, na província de Tete.

Os fosfatos têm muitas aplicações industriais e agrícolas, nomeadamente na produção de adubos, mas a sua exploração envolve grandes custos para impedir que metais pesados, como o cádmio ou o chumbo, atinjam aquíferos à superfície ou subterrâneos.

Projecto de Changara

A australiana Baobab Resources estabeleceu uma parceria com a também australiana Southern Iron para dar um impulso ao projecto de exploração de metais de base e de manganésio de Changara, Moçambique, informou a empresa em comunicado segunda-feira divulgado em Fremantle.

Na sequência de um envolvimento por fases, sendo que no final da segunda a Southern Iron terá uma participação de 50 por cento na parceria, que poderá chegar a 65 por cento se a Southern Iron financiar um pré-estudo de viabilidade económica e de 80 por cento se financiar o estudo definitivo de viabilidade económica.

A Southern Iron irá funcionar como operador do projecto de Changara e a Baobab Resources efectuará a fase inicial de exploração, socorrendo-se da "experiência e apoio logístico de que dispõe em Moçambique".

As actividades deverão começar em Setembro próximo em Changara, projecto que engloba quatro licenças de exploração cobrindo uma área de 525 quilómetros quadrados, junto à fronteira com o Zimbabué.

O comunicado da Baobab Resources revela que uma análise geoquímica de uma área de 380 quilómetros quadrados realiza no último trimestre de 2008 identificou a presença de chumbo, zinco, manganésio e cobre.

Actualmente, os recursos da Baobab Resources estão centrados num projecto de ferro/vanádio/titânio em Tete, cobrindo uma área de 632 quilómetros quadrados, adjacentes aos projectos carboníferos da australiana Riversdale Mining e brasileira Vale.

Este projecto, denominado Chimbala, deverá ter um estudo de pré-viabilidade económica concluído em meados de 2011 e definitivo no princípio de 2013.

BES ultima entrada em Moçambique

BES ultima entrada em Moçambique e na África do Sul
Operações deverão estar concretizadas até ao final do ano, diz Ricardo Salgado, presidente do banco

O Banco Espírito Santo (BES) está na fase final de negociações para a aquisição de uma participação num banco moçambicano, o que poderá acontecer até ao final do ano, anunciou esta segunda-feira o seu presidente, Ricardo Salgado.

«Depois de Cabo Verde, cujo banco universal foi inaugurado no início de Julho, seguem-se Moçambique e África do Sul, sendo provável que Moçambique seja primeiro», salientou o presidente do BES, no decorrer da apresentação dos resultados semestrais.

O objectivo do BES em Moçambique é adquirir uma posição num banco local já estabelecido, enquanto na África do Sul, o banco liderado por Ricardo Salgado «está a estudar o modelo e a abordagem estratégica para entrar na banca de empresas e na banca de Investimento».

Até ao final do ano deverão haver avanços, segundo Ricardo Salgado.

As acções do BES seguem a valorizar 0,69 por cento para 3,49 euros.

sábado, 24 de julho de 2010

Projecto da refinaria da Oilmoz


Projecto da refinaria da Oilmoz muda de Matutuine para Marracuene

TRATA-SE DE UMA INFRA-ESTRUTURA COM CAPACIDADE DE PRODUZIR 20 VEZES NÍVEIS DO ACTUAL CONSUMO DIÁRIO

A Oilmoz, promotora do projecto de uma refinaria em Maputo, avaliado em oito mil milhões de dólares, anunciou que mudou a localização prevista para a infra-estrutura, devido à proximidade de uma reserva de elefantes.
“Fomos aconselhados, devido ao facto de o local (do projecto) estar perto da reserva de elefantes de Maputo e à biodiversidade da área, que não era possível continuar a implantar a refinaria naquela área”, afirmou Leonardo Simão, fundador da sociedade, citado pela agência de notícias Bloomberg.
A nova localização é Marracuene, 50 quilómetros a norte da capital moçambicana. O projecto estava previsto para Matutuine, a sul da cidade, adiantou Simão, antigo Ministro dos Negócios Estrangeiros
e Cooperação.
“Decidimos encontrar outra área que não seja sensível para o ambiente”, afirmou o responsável da Oilmoz.
Os promotores têm procurado investidores internacionais para o projecto da refinaria.
A concretizar-se, Moçambique voltará a ter uma refinaria 24 anos depois do encerramento da única de que o país dispunha após a independência, em 1975.
Um dos argumentos usados a favor da viabilidade do projecto, que tem uma capacidade de produção prevista de 350 mil barris por dia, mais de 20 vezes o consumo diário moçambicano, é a possibilidade de exportação para os países vizinhos – sobretudo África do Sul, maior economia da região.
Segundo estimativas divulgadas pela empresa, a África do Sul consome cerca de 500mil barris diários, e é deficitária em 350 mil barris na produção, com os níveis de consumo a subirem actualmente cerca de 12 por cento ao ano.
O empreendimento inclui um terminal offshore, estações de tratamento, estradas, entre outras infra-estruturas sociais e económicas.
As obras deverão ter início entre finais de 2009 e princípios de 2010, esperando-se que a unidade esteja operacional em 2014.
A Shell Global Solutions será responsável pelo aconselhamento técnico, estudo de viabilidade económica e concepção do projecto, e posteriormente fornecer crude e manter-se como parceiro técnico por um período de 30 a 40 anos, segundo afirmou Robert Trout, director da empresa para serviços a terceiros.
O projecto é integralmente de capitais moçambicanos, tendo como accionistas a Petromoc,
Leonardo Simão, que é também director-executivo da Fundação Joaquim Chissano, pertencente ao antigo chefe de estado moçambicano, Joaquim Chissano.
No ano passado, a Ayr- Petro-Nacala, da norte-americana Ayr Logistics, anunciou também a construção de uma refinaria na cidade portuária de Nacala, na província de Nampula, Norte de Moçambique.