quarta-feira, 7 de julho de 2010

REN quer levar energia para Moçambique


REN quer levar energia para Moçambique

Interesse no país africano poderá passar pela entrada da empresa portuguesa no capital da Hidroeléctrica de Cahora Bassa

A REN (Redes Energéticas Nacionais) está a negociar com várias entidades de Moçambique acordos de prestação de serviços, que contemplam o desenvolvimento de infra-estruturas energéticas e transporte de electricidade naquele país, segundo avançou o presidente da empresa, Rui Cartaxo.

"Ainda não estamos em Moçambique, mas estamos a conversar com várias entidades do país no sentido de uma cooperação com a REN", garantiu, admitindo que depois do Verão haverá "novidades sobre o assunto". Rui Cartaxo falava durante uma visita às obras de ampliação do terminal de gás liquefeito (GNL) da REN, em Sines - estando em curso a construção do terceiro tanque de armazenagem, orçado em 180 milhões de euros -, numa altura em que a empresa assume que o interesse em Moçambique deverá mesmo passar pela entrada no capital da Hidroeléctrica de Cahora Bassa já em Setembro, estando a decorrer negociações para a compra dos 15% que o Estado português detém na empresa.

Quanto ao processo de privatização da REN, o ministro da Economia, Vieira da Silva, não descarta a possibilidade de avançar ainda este ano, ressalvando que esse passo só vai ser dado quando "o Governo entender que a situação financeira internacional e nacional valoriza da melhor maneira os interesses que o Estado tem para essa operação". O ministro revelou ainda que, para já, não há prazos "nem características" definidos sobre a posição do Estado ou da participação dos accionistas.

Depois da visita às obras, que ficarão concluídas em 2012, reforçando a capacidade de recepção de gás na ordem dos 60% em velocidade de cruzeiro, passando dos actuais 240 mil metros cúbicos para 390 mil, Vieira da Silva alertou que o projecto confere "maior valorização ao Porto de Sines", já que permite à Europa "receber mais gás natural liquefeito, que tem de ser transportado por mar".

O governante assegurou também que esta ampliação vai proporcionar uma "maior independência no abastecimento energético", enquanto Rui Cartaxo alertou que o terminal do Litoral Alentejano terá de ser competitivo para concorrer com os terminais espanhóis. "Ao contrário do que se pensa, estes terminais não são monopólios", explicou, já que os fornecedores de gás natural podem optar por qualquer terminal da Península Ibérica. Quanto maior for a utilização da infra-estrutura, mais benefícios o consumidor vai sentir na sua factura de casa.

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