sábado, 24 de julho de 2010

Projecto da refinaria da Oilmoz


Projecto da refinaria da Oilmoz muda de Matutuine para Marracuene

TRATA-SE DE UMA INFRA-ESTRUTURA COM CAPACIDADE DE PRODUZIR 20 VEZES NÍVEIS DO ACTUAL CONSUMO DIÁRIO

A Oilmoz, promotora do projecto de uma refinaria em Maputo, avaliado em oito mil milhões de dólares, anunciou que mudou a localização prevista para a infra-estrutura, devido à proximidade de uma reserva de elefantes.
“Fomos aconselhados, devido ao facto de o local (do projecto) estar perto da reserva de elefantes de Maputo e à biodiversidade da área, que não era possível continuar a implantar a refinaria naquela área”, afirmou Leonardo Simão, fundador da sociedade, citado pela agência de notícias Bloomberg.
A nova localização é Marracuene, 50 quilómetros a norte da capital moçambicana. O projecto estava previsto para Matutuine, a sul da cidade, adiantou Simão, antigo Ministro dos Negócios Estrangeiros
e Cooperação.
“Decidimos encontrar outra área que não seja sensível para o ambiente”, afirmou o responsável da Oilmoz.
Os promotores têm procurado investidores internacionais para o projecto da refinaria.
A concretizar-se, Moçambique voltará a ter uma refinaria 24 anos depois do encerramento da única de que o país dispunha após a independência, em 1975.
Um dos argumentos usados a favor da viabilidade do projecto, que tem uma capacidade de produção prevista de 350 mil barris por dia, mais de 20 vezes o consumo diário moçambicano, é a possibilidade de exportação para os países vizinhos – sobretudo África do Sul, maior economia da região.
Segundo estimativas divulgadas pela empresa, a África do Sul consome cerca de 500mil barris diários, e é deficitária em 350 mil barris na produção, com os níveis de consumo a subirem actualmente cerca de 12 por cento ao ano.
O empreendimento inclui um terminal offshore, estações de tratamento, estradas, entre outras infra-estruturas sociais e económicas.
As obras deverão ter início entre finais de 2009 e princípios de 2010, esperando-se que a unidade esteja operacional em 2014.
A Shell Global Solutions será responsável pelo aconselhamento técnico, estudo de viabilidade económica e concepção do projecto, e posteriormente fornecer crude e manter-se como parceiro técnico por um período de 30 a 40 anos, segundo afirmou Robert Trout, director da empresa para serviços a terceiros.
O projecto é integralmente de capitais moçambicanos, tendo como accionistas a Petromoc,
Leonardo Simão, que é também director-executivo da Fundação Joaquim Chissano, pertencente ao antigo chefe de estado moçambicano, Joaquim Chissano.
No ano passado, a Ayr- Petro-Nacala, da norte-americana Ayr Logistics, anunciou também a construção de uma refinaria na cidade portuária de Nacala, na província de Nampula, Norte de Moçambique.

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