quinta-feira, 1 de julho de 2010

Oportunidades em Moçambique

Resíduos, água e energia são as principais oportunidades em Moçambique
As relações comerciais entre Portugal e Moçambique, na área do ambiente, estão a avançar a passos largos. Cada vez mais, empresas portuguesas viram-se para o “El Dorado” do Índico à procura de oportunidades nas áreas da gestão de resíduos, abastecimento e saneamento de águas e produção de energias renováveis.
Apesar do orçamento de Estado de Moçambique depender em mais de 50 por cento de investimento externo, o país está a apostar na construção das infra-estruturas básicas, mesmo na actual conjuntura de crise. O ministro moçambicano da Energia, Salvador Namburete, já afirmou que, apesar da crise mundial ter perturbado o andamento dos projectos energéticos em Moçambique, não teve implicações na construção da barragem Mpanda Nkuwa, que será a segunda maior do país, num investimento de 2,1 mil milhões de euros.
No sector da água, o Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água (Fipag) mantém a meta de 70 por cento da população abastecida com abastecimento de água até 2015. Só em 2009, foram investidos cerca de 530 milhões de dólares (431 milhões de euros, à taxa de câmbio actual) no abastecimento de água.
Na opinião da Câmara do Comércio Portugal-Moçambique (CCPM), o Fipag foi um «passo de gigante» para o desenvolvimento de estruturas de abastecimento no país. Não obstante, Maputo continua sinalizada como uma das situações mais problemáticas em termos de abastecimento, devido à falta de planos de abastecimento. A Beira, segunda maior cidade do país e capital da província de Sofala, é um dos locais onde as infra-estruturas estão mais desenvolvidas. Esta é a única cidade onde já se avança em soluções de saneamento, com uma rede de esgotos e uma estação de tratamento de águas. Para os resíduos, as autoridades locais têm planificada a recolha e gestão de resíduos. Mesmo assim, o país conta ainda com inúmeras lixeiras a céu aberto onde são depositados os resíduos sólidos urbanos.
Self Energy consolida posição no mercado moçambicano
A portuguesa Self Energy já conseguiu, em território moçambicano, um conjunto de contratos e adjudicações que ultrapassam os 35 milhões de euros e que serão implementados durante os próximos três anos. Como exemplo de projectos, o CEO do grupo, Miguel Matias, refere a construção de mini-centrais solares em 10 das 50 aldeias que foram contratadas com o FUNAE (Fundo de Energia). Também os Aeroportos de Moçambique contrataram a empresa para a implementação de soluções solares fotovoltaicas nos seus aeroportos.
«As soluções de mini-geração, quer fotovoltaicas, quer através de mini-hídricas são as grandes apostas em Moçambique», afirma Miguel Matias. Num país onde a taxa de electrificação não chega aos 20 por cento, a Self Energy detectou uma oportunidade de mercado no fornecimento de de geração local de energia de base renovável.
Já a EFACEC Ambiente, em consórcio com a Mota Engil e a Sogitel, vai ser a responsável pela construção da segunda fase da Estação de Tratamento de Águas (ETA) de Umbeluzi, através do Fipag. A adjudicação tem um valor de quatro milhões de euros e surge na sequência do contrato já em execução por este consórcio nesta ETA. Com esta segunda fase, a estação de tratamento, que abastece Maputo, Matola e Boane, irá aumentar a capacidade de produção de água potável em 48 000 metros cúbicos por dia.
A Águas de Moçambique, participada da Águas de Portugal, está a participar em três projectos de investigação e desenvolvimento (I&D), no âmbito do 7º Programa Quadro da União Europeia. Os projectos G-MOSAIC, MyWater e TRUST, relacionados com a gestão sustentável dos recursos hídricos e a prevenção de crises, envolvem uma vasta rede de sinergias entre mais de cem instituições. As iniciativas representam um investimento global de mais de 20 milhões de euros na produção de tecnologia e conhecimento.




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