quarta-feira, 28 de julho de 2010

REN

REN: Galp e Moçambique são os negócios mais urgentes
Empresa tem no horizonte aquisição de 7,5% do capital da Hidroeléctrica de Cahora Bassa. Em Portugal, acordo com Galp para gás natural reflectirá investimento de 70 milhões de euros

REN «está pronta para ser privatizada»Lucro da REN cai 25,6% no primeiro semestreJulho já é mês de recordes em consumo de energiaGalp e REN assinam Memorando de Entendimento na área do gás naturalElectricidade de Moçambique e REN criam Nem a queda dos lucros da REN na primeira metade do ano faz balançar as expectativas de internacionalização na empresa. A parceria com a Electricidade de Moçambique (EDM) está no bom caminho. No que toca a investimentos em Portugal, o acordo com a Galp para a área do gás natural irá dinamizar o negócio da gestora das redes energéticas nacionais.

Em Moçambique, a REN vai «projectar a engenharia portuguesa» e «valorizar as infra-estruturas que a EDM já tem». A empresa liderada por Rui Cartaxo «foi convidada para realizar uma análise em Cahora Bassa», explicou o director financeiro da empresa, João Nuno Palma.

Reservas de gás: REN e Galp preparam concurso internacional

A proposta da accionista Parpública para adquirir uma participação de 7,5% no capital da Hidroeléctrica daquela região é o assunto que está em cima da mesa. O que interessa agora é «adquirir ou não a participação de Cahora Bassa. Será sempre para adquirir com uma estratégia de internacionalização e de transferência tecnológica para Moçambique». «Vendemos competência técnica. Todas as grandes empresas de engenharia do mundo estão» naquele país de África.

Gás natural: investimento de 70 milhões

A REN não descura os investimentos em solo português. A empresa assinou com a Galp, na semana passada, um memorando de entendimento na área do gás natural. Em causa está a construção de até quatro cavernas de armazenamento subterrâneo de gás natural na zona de Pombal, mais propriamente na área concessionada do Carriço.

REN «está pronta para ser privatizada»

À REN caberá a exploração de duas dessas cavernas, num investimento de cerca de 70 milhões de euros, revelou o mesmo responsável.

João Nuno Palma quis ainda destacar que «a segurança do abastecimento do gás natural em Portugal tem uma grande percentagem de energia renovável: 40% hídrica e 30% eólica».

terça-feira, 27 de julho de 2010

Vidreira de Moçambique

Governo vende vidreira a a empresa local

O Governo moçambicano vendeu hoje a Vidreira de Moçambique, a mais antiga fábrica de vidros do país, por cerca de dois milhões de euros à moçambicana SONIL, que prevê reiniciar a actividade daquela empresa dentro de meio ano.

A Vidreira de Moçambique foi, durante o tempo colonial e depois da independência, em 1975, uma referência na produção de vidro para embalagens e loiça para cozinha, quer no país, quer em toda a região da África Austral.

Desde 1998, quando a companhia portuguesa Barbosa & Almeida abandonou a empresa, a sua gestão ficou entregue ao Governo que hoje, através do Instituto de Gestão das Participações do Estado (IGEPE), assinou o contrato de compra e venda com a SONIL.

Apesar de há cerca de duas semanas, o presidente do IGEPE, Hipólito Hamela, ter anunciado a adjudicação, por cerca de quatro milhões de euros, a Vidreira de Moçambique passou para as mãos da SONIL, empresa dedicada à atividade comercial,
em diversas vertentes, por 2. 386 milhões de euros.

Para Hipólito Hamela, "é o culminar de várias negociações, mas também o início de uma actividade que prevê como o princípio da reactivação da empresa", sendo que o mais importante é "arrancar com a indústria e criar emprego para os moçambicanos".

"O ganho do Estado não está em vender património, porque senão teríamos conseguido uma proposta melhor do que esta", acrescentou o administrador do IGEPE, Santos Jegue.

Santos Jegue explicou que, de entre todas as propostas, a mais viável foi a da SONIL, por estar interessada em restaurar a produção de vidro no país.

Ainda segundo o administrador da IGEPE, a moçambicana SONIL vai investir, numa primeira fase de arranque, "acima de dois milhões de dólares" (1. 539 milhão de euros) e numa segunda fase, já de expansão e aumento da produção, "mais de sete milhões de dólares", o equivalente a 5. 589 milhões de euros.

O acordo prevê que a SONIL assegure o início da actividade da fábrica no prazo de um ano e execute o investimento previsto no plano de reestruturação da vidreira em três anos, contados a partir de hoje. A empresa deverá empregar, pelo menos, 200 pessoas.

De acordo com o presidente da SONIL, Mohamed Abdul Satar, a vidreira estará a funcionar dentro do prazo previsto, mas "em seis meses vai estar a trabalhar só com uma linha de produção de garrafas".

Embora esteja agora a começar a trabalhar na indústria das embalagens, a SONIL pretende entrar no mercado regional, que até agora tem recorrido à importação devido à falta de produção.

Para esse projecto, a empresa contará com o apoio de parceiros como a Coca Cola, a Pepsi e a empresa Cervejas de Moçambique, adiantou Mohamed Abdul Satar. "Todos estão muito interessados em ver a fábrica a arrancar", na medida em que "vai liquidar os problemas de escassez do mercado".

O presidente da SONIL não quis, porém, adiantar o lucro previsto com o reinício da actividade da vidreira, e também não quis falar de novas áreas de investimento.

Até hoje, a Vidreira de Moçambique fazia parte dos 27 por cento de empresas inactivas participadas pelo Estado moçambicano, num total de 131.


segunda-feira, 26 de julho de 2010

O Município de Maputo vai introduzir parquímetros

O Município de Maputo vai introduzir, a partir de Novembro, o sistema de parquímetros na via pública para facilitar a gestão do estacionamento de viaturas nas zonas de maior congestionamento de trânsito, na cidade.

O projecto será implementado por um consórcio das empresas ACSG e FORENCO AUTOMETRIC, nacional e da África do Sul, respectivamente, que ganharam o concurso público lançado pela edilidade para o efeito.

O sistema vai consistir na colocação de máquinas que vão controlar o tempo e o valor a ser pago pela permanência de viaturas que serão estacionadas nos locais onde estes mecanismos estarão fixados.

Este sistema será instalado em duas etapas, a primeira designada Zona A, que prevê a instalação de três mil parquímetros a partir da Avenida 24 de Julho até à baixa da cidade, na Avenida 25 de Setembro. A segunda, chamada Zona B, engloba todos os bairros que se localizam do lado oposto da Avenida 24 de Julho e que não terão sido abrangidos na primeira fase.

“O consórcio seleccionado vai se encarregar de implementar a primeira etapa do projecto e para a segunda fase vamos lançar outro concurso público no primeiro trimestre do próximo ano”, disse João Matlombe, vereador para área de Transportes e Trânsito no Município de Maputo.

A adjudicação das obras foi feita recentemente e neste momento está em curso a organização de aspectos técnicos que vão anteceder a colocação dos parquímetros, segundo ainda a fonte.

“Neste momento, a empresa vai iniciar o processo de contratação e formação de pessoal, acto que vai decorrer, enquanto se importa os equipamentos a ser usados”, afirmou Matlombe, acrescentando que o projecto está avaliado em cerca de 750 mil dólares norte-americanos.

Espera-se que a instalação de parquímetros contribua para uma melhor organização e gestão do estacionamento na via pública, disciplinar os automobilistas em relação a esta questão e ainda reduzir os problemas de congestionamento nas zonas críticas.

“É através dessas máquinas que os automobilistas saberão que valor a pagar pelo período em que os seus carros estiverem estacionados na rua”, explicou a fonte, garantindo que para o funcionamento normal do sistema os pavimentos estarão sinalizados e será igualmente instalada a sinalização vertical para indicar o tempo máximo de permanência, findo o qual o automobilista pagará pelo estacionamento.

“O tempo máximo previsto para a permanência de um carro em determinado espaço será de duas horas e meia. Depois disso, a pessoa será obrigada a pagar pelo estacionamento ou então retirar a sua viatura”, disse Matlombe, acrescentando que para o caso de automobilistas que trabalham na zona em referência será aberta a possibilidade de estes adquirirem cartões que lhes permitam estacionar por um tempo indeterminado, apenas na área referenciada neste documento.

Fosfatos na província de Nampula

A empresa mineira brasileira Vale está interessada em explorar depósitos de fosfatos na província de Nampula, afirmou o director nacional de Minas de Moçambique, Eduardo Alexandre, em declarações ao jornal Diário de Moçambique.

Eduardo Lourenço disse ainda ao jornal que se publica na cidade da Beira, província de Sofala, que a Vale já iniciou alguns estudos para avaliar a dimensão dos depósitos tendo "os seus responsáveis ficado satisfeitos com os resultados".

Aquele responsável adiantou ao Diário de Moçambique que a Vale deverá iniciar um estudo de viabilidade económica em 2011 embora a exploração dos depósitos não deva começar antes de 2014.

Alexandre não apresentou qualquer valor para o previsível investimento da Vale nos fosfatos de Nampula mas disse que poderão ser mesmo mais elevados do que os que a Vale irá efectuar na sua concessão carbonífera de Moatize, na província de Tete.

Os fosfatos têm muitas aplicações industriais e agrícolas, nomeadamente na produção de adubos, mas a sua exploração envolve grandes custos para impedir que metais pesados, como o cádmio ou o chumbo, atinjam aquíferos à superfície ou subterrâneos.

Projecto de Changara

A australiana Baobab Resources estabeleceu uma parceria com a também australiana Southern Iron para dar um impulso ao projecto de exploração de metais de base e de manganésio de Changara, Moçambique, informou a empresa em comunicado segunda-feira divulgado em Fremantle.

Na sequência de um envolvimento por fases, sendo que no final da segunda a Southern Iron terá uma participação de 50 por cento na parceria, que poderá chegar a 65 por cento se a Southern Iron financiar um pré-estudo de viabilidade económica e de 80 por cento se financiar o estudo definitivo de viabilidade económica.

A Southern Iron irá funcionar como operador do projecto de Changara e a Baobab Resources efectuará a fase inicial de exploração, socorrendo-se da "experiência e apoio logístico de que dispõe em Moçambique".

As actividades deverão começar em Setembro próximo em Changara, projecto que engloba quatro licenças de exploração cobrindo uma área de 525 quilómetros quadrados, junto à fronteira com o Zimbabué.

O comunicado da Baobab Resources revela que uma análise geoquímica de uma área de 380 quilómetros quadrados realiza no último trimestre de 2008 identificou a presença de chumbo, zinco, manganésio e cobre.

Actualmente, os recursos da Baobab Resources estão centrados num projecto de ferro/vanádio/titânio em Tete, cobrindo uma área de 632 quilómetros quadrados, adjacentes aos projectos carboníferos da australiana Riversdale Mining e brasileira Vale.

Este projecto, denominado Chimbala, deverá ter um estudo de pré-viabilidade económica concluído em meados de 2011 e definitivo no princípio de 2013.

BES ultima entrada em Moçambique

BES ultima entrada em Moçambique e na África do Sul
Operações deverão estar concretizadas até ao final do ano, diz Ricardo Salgado, presidente do banco

O Banco Espírito Santo (BES) está na fase final de negociações para a aquisição de uma participação num banco moçambicano, o que poderá acontecer até ao final do ano, anunciou esta segunda-feira o seu presidente, Ricardo Salgado.

«Depois de Cabo Verde, cujo banco universal foi inaugurado no início de Julho, seguem-se Moçambique e África do Sul, sendo provável que Moçambique seja primeiro», salientou o presidente do BES, no decorrer da apresentação dos resultados semestrais.

O objectivo do BES em Moçambique é adquirir uma posição num banco local já estabelecido, enquanto na África do Sul, o banco liderado por Ricardo Salgado «está a estudar o modelo e a abordagem estratégica para entrar na banca de empresas e na banca de Investimento».

Até ao final do ano deverão haver avanços, segundo Ricardo Salgado.

As acções do BES seguem a valorizar 0,69 por cento para 3,49 euros.

sábado, 24 de julho de 2010

Projecto da refinaria da Oilmoz


Projecto da refinaria da Oilmoz muda de Matutuine para Marracuene

TRATA-SE DE UMA INFRA-ESTRUTURA COM CAPACIDADE DE PRODUZIR 20 VEZES NÍVEIS DO ACTUAL CONSUMO DIÁRIO

A Oilmoz, promotora do projecto de uma refinaria em Maputo, avaliado em oito mil milhões de dólares, anunciou que mudou a localização prevista para a infra-estrutura, devido à proximidade de uma reserva de elefantes.
“Fomos aconselhados, devido ao facto de o local (do projecto) estar perto da reserva de elefantes de Maputo e à biodiversidade da área, que não era possível continuar a implantar a refinaria naquela área”, afirmou Leonardo Simão, fundador da sociedade, citado pela agência de notícias Bloomberg.
A nova localização é Marracuene, 50 quilómetros a norte da capital moçambicana. O projecto estava previsto para Matutuine, a sul da cidade, adiantou Simão, antigo Ministro dos Negócios Estrangeiros
e Cooperação.
“Decidimos encontrar outra área que não seja sensível para o ambiente”, afirmou o responsável da Oilmoz.
Os promotores têm procurado investidores internacionais para o projecto da refinaria.
A concretizar-se, Moçambique voltará a ter uma refinaria 24 anos depois do encerramento da única de que o país dispunha após a independência, em 1975.
Um dos argumentos usados a favor da viabilidade do projecto, que tem uma capacidade de produção prevista de 350 mil barris por dia, mais de 20 vezes o consumo diário moçambicano, é a possibilidade de exportação para os países vizinhos – sobretudo África do Sul, maior economia da região.
Segundo estimativas divulgadas pela empresa, a África do Sul consome cerca de 500mil barris diários, e é deficitária em 350 mil barris na produção, com os níveis de consumo a subirem actualmente cerca de 12 por cento ao ano.
O empreendimento inclui um terminal offshore, estações de tratamento, estradas, entre outras infra-estruturas sociais e económicas.
As obras deverão ter início entre finais de 2009 e princípios de 2010, esperando-se que a unidade esteja operacional em 2014.
A Shell Global Solutions será responsável pelo aconselhamento técnico, estudo de viabilidade económica e concepção do projecto, e posteriormente fornecer crude e manter-se como parceiro técnico por um período de 30 a 40 anos, segundo afirmou Robert Trout, director da empresa para serviços a terceiros.
O projecto é integralmente de capitais moçambicanos, tendo como accionistas a Petromoc,
Leonardo Simão, que é também director-executivo da Fundação Joaquim Chissano, pertencente ao antigo chefe de estado moçambicano, Joaquim Chissano.
No ano passado, a Ayr- Petro-Nacala, da norte-americana Ayr Logistics, anunciou também a construção de uma refinaria na cidade portuária de Nacala, na província de Nampula, Norte de Moçambique.

Produção de bio-combustíveis em Moçambique.

Na semana passada Friends of the Earth Europe [Amigos da Terra Europa, en] e a ONG Moçambicana Justiça Ambiental denunciaram furiosamente um acordo entre o Brasil, a União Europeia e Moçambique promovendo a produção de bio-combustíveis em Moçambique.

O acordo aumentaria a cooperação técnica para promover a produção de bio-combustíveis em Moçambique. Atualmente as importações de etanol de cana de açucar moçambicana pela União Europeia estão sujeitas a tarifas muito baixas em comparação com o etanol brasileiro, que a União Europeia continuará a tributar.

As empresas brasileiras lucrariam com a ênfase crescente no setor e assistência, e algumas ponderam expandir as suas operações para Moçambique. De acordo com Reporter Brasil no final do ano passado, pelo menos duas grandes empresas brasileiras acordaram expandir a produção da cana do açucar em Moçambique, e procuravam financiamento para conseguir produzir etanol no país.

As autoridades dizem que a produção africana teria de cumprir os padrões ambientais europeus e passar por um estudo de viabilidade.

E no entanto até os primeiros projetos de etanol em Moçambique foram repletos de preocupações sociais e ambientais (veja a recente cobertura de um caso na Global Voices, en).

Exploração de carvão

Moçambique vai concessionar mais projectos de exploração de carvão

A ministra dos Recursos Minerais de Moçambique, Esperança Bias, revelou, em Maputo, que novos projectos de exploração de carvão nas zonas vizinhas à bacia carbonífera de Moatize, em Tete, poderão ser concessionados “em breve”.

De acordo com a ministra, naquele ponto da província de Tete “existem áreas em que os trabalhos de pesquisa estão em estágio bastante avançado, com resultados positivos”.

Entre os projectos que deverão ser concessionados consta o de carvão do Zambeze, promovido pela Riversdale Mining, bem como os das empresas Ncondezi e JPSW, segundo indicou Esperança Bias.

Falando na Conferência Internacional sobre Carvão, a ministra salientou que a médio prazo ter-se-á um melhor conhecimento geológico sobre outras bacias carboníferas existentes no país, esperando-se que possam vir igualmente a ser exploradas.

“Estão presentemente criadas condições para a produção e exportação anual de várias dezenas de milhões de toneladas de carvão a partir da região carbonífera de Moatize. Existem recursos geológicos, disponibilidade financeira por parte de investidores e mercado assegurado para a comercialização dos produtos”, sustentou Bias.

Refira-se que dois importantes projectos estão a ser desenvolvidos em Tete: o da brasileira Vale, com um investimento estimado em 1,3 mil milhões de dólares e o da australiana Riversdale Mining, na ordem de 849 milhões de dólares.

Mabor de Moçambique

Futuro da Mabor de Moçambique será conhecido dentro de dois dias

O futuro da Mabor de Moçambique - Manufactura de Borracha será conhecido dentro de dois dias quando os seus accionistas se reunirem em assembleia-geral, segundo apurou a macauhub em Maputo.

A empresa é detida maioritariamente pelo Estado moçambicano e por particulares.
A agenda do encontro, de acordo com a convocatória, inclui a análise, discussão e votação do relatório e contas do triénio 2006/08 e análise, definição e deliberação de propostas quanto ao futuro da empresa, entre outros assuntos.

A Mabor de Moçambique faz parte de uma série de empresas com participação do Estado que se encontram paralisadas.

Algumas antigas empresas que também se encontram paralisadas são a Riopel, uma empresa do sector têxtil, a Vidreira de Moçambique.

Na altura em que ainda funcionava, a Mabor de Moçambique chegou a abastecer vários países da África Austral, como a Namíbia, Botsuana, Malaui, Zâmbia, África do Sul e outras partes do mundo.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Gasoduto

Petróleos de Moçambique vai construir gasoduto e terminal para navios na Matola

Um gasoduto para transporte de gás com dois quilómetros e um terminal para navios vão começar a ser construídos este ano na Matola, província de Maputo, informou o administrador para a área financeira da Petromoc - Petróleos de Moçambique.

Zacarias Costa disse que o projecto, que irá custar cerca de 10 milhões de dólares, visa aumentar a capacidade de armazenagem daquele tipo de combustível em mais seis mil metros cúbicos.

O administrador da Petromoc adiantou que, devido a dificuldades financeiras resultantes da conjuntura internacional, a companhia decidiu executar o projecto em fases, sendo que a primeira, a ficar concluída este ano, deverá consumir cerca de seis milhões de dólares.

Para além dos depósitos de gás, a Petromoc tem em carteira vários outros projectos visando a expansão quer dos postos de abastecimento de combustíveis, quer de armazenamento em quase todo o país.

A nível da capacidade de armazenagem, Cossa apontou que a Petromoc havia esboçado para 2009 um aumento em cerca de 170 mil metros cúbicos, mas devido a problemas financeiros apenas se concretizou uma expansão de cerca de 40 mil metros cúbicos.

Para este ano, o plano da empresa aponta para um aumento de capacidade em 125 mil metros cúbicos na região sul mas, em face das dificuldades que a companhia enfrenta, existe uma necessidade de reajustamento do plano, que não deverá ultrapassar entre 70 mil a 80 mil metros cúbicos. (macauhub)

Porto de águas profundas em Maputo

Governo de Moçambique vai construir novo porto de águas profundas em Maputo

O governo de Moçambique decidiu iniciar o projecto de construção de um porto de águas profundas na região de Techobanine, no distrito de Matutuíne, província do Maputo, declarou terça-feira em Maputo o ministro dos Transportes e Comunicações.

Orçado em 7 mil milhões de meticais (207 milhões de dólares), o novo porto deverá, de acordo com o ministro Paulo Zucula, descongestionar o de Maputo e ser utilizado nas relações comerciais do Botswana com os seus parceiros.

Falando à margem da cerimónia de tomada de posse de novos administradores da Portos e Caminhos-de-Ferro de Moçambique (Cfm), Paulo Zucula adiantou que o novo empreendimento terá uma capacidade de manuseamento de carga superior à do porto de Maputo, com a vantagem de que não vai acarretar serviços de dragagem, tal como acontece em portos como de Maputo e Beira, uma vez que possui, naturalmente, águas profundas.

As autoridades de Moçambique têm estado a acompanhar as operações de prospecção de carvão mineral em curso no Botswana, que, segundo indicadores preliminares, é de grande qualidade e pode alimentar volumes de exploração na ordem dos 40 milhões de toneladas por ano.

Tal facto, segundo perspectiva dos operadores ferro-portuários moçambicanos, constitui uma excelente janela que se abre ao negócio, sobretudo para a Cfm, razão por que o arranque do projecto do porto de Techobanine é visto com particular interesse.

Zonas industriais

Governo de Moçambique vai criar rede de parques e zonas industriais

O governo de Moçambique vai dar início este ano a um projecto de criação de parques e zonas industriais a fim de estabelecer as condições para o relançamento da indústria no país, anunciou em Chimoio o ministro da Indústria e Comércio.

Na abertura do VIII Conselho Coordenador do ministério que decorre até hoje, sexta-feira em Cafumpe, distrito de Gondola, em Manica, sob o lema “nova abordagem para o relançamento da indústria”, o ministro António Fernando disse que a criação de parques e zonas industriais pretende igualmente evitar a edificação desordenada de projectos industriais e a coabitação entre estes e as zonas residenciais.

Nas referidas zonas e parques industriais, de acordo com António Fernando, o governo moçambicano vai garantir o fornecimento dos serviços básicos, nomeadamente água, energia e estradas, factores que considerou indispensáveis e impulsionadores de novas iniciativas de empreendedorismo industrial.

Os primeiros passos com vista à execução desta iniciativa, já foram dados, tendo o ministro adiantado que foram já criados dois parques-piloto nas províncias de Sofala e Tete, concretamente nas cidades de Dondo e Tete, decorrendo actualmente o processo de identificação de novas zonas ao nível das diferentes capitais provinciais e distritais, onde tal se justifique.

Para António Fernando, a revitalização da capacidade produtiva industrial é condição “sine qua non” para que o país alcance o almejado desenvolvimento económico e social, o que implica, necessariamente, o estabelecimento de zonas e parques industriais.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

REN quer levar energia para Moçambique


REN quer levar energia para Moçambique

Interesse no país africano poderá passar pela entrada da empresa portuguesa no capital da Hidroeléctrica de Cahora Bassa

A REN (Redes Energéticas Nacionais) está a negociar com várias entidades de Moçambique acordos de prestação de serviços, que contemplam o desenvolvimento de infra-estruturas energéticas e transporte de electricidade naquele país, segundo avançou o presidente da empresa, Rui Cartaxo.

"Ainda não estamos em Moçambique, mas estamos a conversar com várias entidades do país no sentido de uma cooperação com a REN", garantiu, admitindo que depois do Verão haverá "novidades sobre o assunto". Rui Cartaxo falava durante uma visita às obras de ampliação do terminal de gás liquefeito (GNL) da REN, em Sines - estando em curso a construção do terceiro tanque de armazenagem, orçado em 180 milhões de euros -, numa altura em que a empresa assume que o interesse em Moçambique deverá mesmo passar pela entrada no capital da Hidroeléctrica de Cahora Bassa já em Setembro, estando a decorrer negociações para a compra dos 15% que o Estado português detém na empresa.

Quanto ao processo de privatização da REN, o ministro da Economia, Vieira da Silva, não descarta a possibilidade de avançar ainda este ano, ressalvando que esse passo só vai ser dado quando "o Governo entender que a situação financeira internacional e nacional valoriza da melhor maneira os interesses que o Estado tem para essa operação". O ministro revelou ainda que, para já, não há prazos "nem características" definidos sobre a posição do Estado ou da participação dos accionistas.

Depois da visita às obras, que ficarão concluídas em 2012, reforçando a capacidade de recepção de gás na ordem dos 60% em velocidade de cruzeiro, passando dos actuais 240 mil metros cúbicos para 390 mil, Vieira da Silva alertou que o projecto confere "maior valorização ao Porto de Sines", já que permite à Europa "receber mais gás natural liquefeito, que tem de ser transportado por mar".

O governante assegurou também que esta ampliação vai proporcionar uma "maior independência no abastecimento energético", enquanto Rui Cartaxo alertou que o terminal do Litoral Alentejano terá de ser competitivo para concorrer com os terminais espanhóis. "Ao contrário do que se pensa, estes terminais não são monopólios", explicou, já que os fornecedores de gás natural podem optar por qualquer terminal da Península Ibérica. Quanto maior for a utilização da infra-estrutura, mais benefícios o consumidor vai sentir na sua factura de casa.

Ponte sobre o rio Zambeze

Soares da Costa vai construir ponte sobre Zambeze

O Conselho de Ministros de Moçambique aprovou hoje em Maputo a concessão de uma nova ponte sobre o Rio Zambeze, centro, ao consórcio Estradas do Zambeze, participado pela portuguesa Soares da Costa, que vai construir a infraestrutura.
O porta-voz do Conselho de Ministros moçambicano, Alberto Nkutumula, disse à imprensa que a nova travessia sobre o Zambeze vai ligar a cidade de Tete e o distrito de Benga, na província de Tete, centro de Moçambique, numa extensão de 1500 metros.

As obras iniciam-se este mês e a conclusão está prevista para janeiro de 2014. A infraestrutura está orçada em 105,3 milhões de euros e a ponte será gerida pelas Estradas do Zambeze em regime de concessão de 20 anos, prorrogável por mais 10, disse Alberto Nkutumula.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Investimento da Índia

Investimento da Índia em Moçambique poderá ultrapassar mil milhões de dólares em 2010

O investimento da Índia em Moçambique poderá ultrapassar, este ano, mil milhões de dólares, contra os cerca de 500 milhões de dólares registados em 2009, afirmou segunda-feira em Maputo o director-geral do Centro de Promoção de Investimentos (CPI).

À margem da assinatura entre Moçambique e a Índia de um acordo de financiamento de 25 milhões de dólares destinado ao Programa de Electrificação Rural nas províncias de Cabo Delgado, Manica e Niassa, Rafique Jussob disse que os investimentos que as empresas deverão efectuar centram-se nos sectores mineiro e industrial.

“Temos vários pacotes em discussão e espero que ainda este ano se concretizem, porque são investimentos que vão mudar, com certeza, a estrutura e a matriz de produção do nosso país”, disse ainda Rafique Jussob.

o director-geral do CPI salientou que a economia indiana está a modernizar-se e a produzir bens competitivos e com durabilidade, a um terço do preço dos produtos idênticos que Moçambique importa de mercados europeus e norte-americanos.

“Isto quer dizer que vamos ser importadores de equipamentos, máquinas, bens de consumo, incluíndo medicamentos. Do nosso lado temos de exportar para a Índia o caju processado, o algodão, e continuar a aumentar a exportação de comida, cereais e leguminosas”, disse.

Segundo o mesmo responsável, há um conjunto de investimentos em curso e oportunidades de investimento identificadas pelos indianos, no domínio da mineração, “que vai levar a que Moçambique seja exportador de bens minerais, carvão, ferro e aço, num futuro breve”.

No âmbito de uma visita de dois dias (domingo e segunda-feira) a Moçambique do ministro dos Negócios Estrangeiros da Índia, Somanahalli Mallaiah Krishna (conhecido como S.M. Krishna), que assinou com o seu congénere moçambicano o acordo de financiamento, o ministro da Planificação e Desenvolvimento, Aiuba Cuereneia, disse que Moçambique pretende relançar a cooperação comercial e de negócios com a Índia.

Aiuba Cuereneia afirmou também que em 2009 a Índia foi o quarto maior investidor estrangeiro, num ano em que foram aprovados, no total, 250 projectos avaliados em mais de 6 mil milhões de dólares.


Porto de Nacala

Porto de Nacala, Moçambique, vai ser alvo de obras de reparação

O porto de Nacala, na província de Nampula, vai ser alvo de obras de reparação de emergência devido ao mau estado de algumas das suas instalações básicas, nomeadamente o terminal de contentores, informou em Maputo uma fonte oficial.

Ao lançar na passada sexta-feira o estudo de viabilidade para a expansão do porto de Nacala, Ana Dimande, directora nacional de Infra-estruturas no Ministério dos Transportes, disse que as reparações de emergência deverão começar o mais tardar em 2012.

Dimande acrescentou que as obras serão financiadas pelo governo central e pelos parceiros do Grupo dos 19 sendo ainda desconhecida a soma envolvida.

Nacala é um dos portos com melhores condições naturais na costa oriental de África mas a sua utilização tem sido diminuta até à data, situação que poderá mudar com a projectada construção de uma refinaria na zona e de um novo terminal de carvão, a ser provavelmente utilizado para exportar o carvão que irá ser extraído na região de Moatize, província de Tete.

O estudo de viabilidade que agora foi iniciado está a ser financiado e realizado pela Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA, na sigla em inglês).


sábado, 3 de julho de 2010

Empresas mineiras

Assinado acordo entre empresas mineiras e Caminhos de Ferro para exportar carvão

Maputo - Os Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) e as empresas de mineração Vale (Brasil) e Riversdale (Austrália) assinaram hoje (sexta-feira) em Maputo um acordo para uso temporário do terminal do porto da Beira para exportação de carvão.

As duas multinacionais vão extrair carvão mineral em Moatize, na província de Tete, que é preciso depois fazer chegar ao oceano Indico, para exportação.

Uma das alternativas é fazer escoar o produto através do rio Zambeze, que passa em Moatize e desagua no Índico a norte, na Beira (divide as províncias de Sofala e Zambézia), estando a ser feitos estudos nesse sentido.

Quinta-feira, numa conferência sobre a navegabilidade do Zambeze, os participantes defenderam que o transporte fluvial é mais barato e seguro e disseram que é possível avançar com o projecto, embora o estudo preliminar ainda não tenha sido concluído.

O vice-ministro dos Recursos Minerais, Abdul Razak, disse mesmo que Moçambique está disposto a colaborar com o Malawi, país que faz fronteira com as províncias de Tete e Zambézia, para concretizar o projecto de navegabilidade.

O vizinho Malawi, sem ligação ao mar, necessita de Moçambique para chegar aos portos marítimos, quer seja pelo rio Zambeze, quer por via férrea.

Hoje, e enquanto não se decide sobre o escoamento via Zambeze, as duas grandes empresas de mineração assinaram um acordo para capacitar e utilizar temporariamente o terminal do porto da Beira, por onde serão escoadas cinco milhões de toneladas de carvão por ano.

O acordo foi assinado pelo presidente do Conselho da Administração dos CFM, Rosário Mualeia, pelo diretor geral da Vale-Moçambique, Galib Chaim, e pela gestora de projetos da Riversdale, Jennifer Garvey.

O acordo permite que as duas empresas partilhem a capacidade útil do terminal na proporção de 68 porcento para a Vale e 32 porcento para a Riversdale.

As duas empresas mineiras devem começar a exportar o carvão de Moatize dentro de um ano. A empresa CFM vai construir um novo terminal de carvão, mas este apenas estará concluído no fim de 2013.

A Vale do Rio Doce, multinacional brasileira, vai produzir anualmente numa primeira fase 11 milhões de toneladas de carvão por ano, tendo começado esta semana a fase de pré-operação.

A Riversdale assinou recentemente um acordo com a empresa chinesa WISCO (Wuhan Iron and Steel Corporation), mediante o qual vende 40 porcento do projecto de carvão do Zambeze (um de dois projectos que tem em Tete), em troca de um financiamento de 800 milhões de dólares (639 milhões de euros).

Em Moatize, segundo estudos, localiza-se uma das maiores minas de carvão do mundo, com mais de 800 milhões de toneladas.



Ilha está à venda na Internet

Ilha está à venda na Internet
Para os interessados: vale mais de 700 mil euros

Uma ilha do arquipélago moçambicano das Quirimbas, na província de Cabo Delgado, está à venda na Internet por 900 mil dólares (mais de 700 mil euros), mas o governo local desconhece e os habitantes estão preocupados.

A venda da ilha do Congo, com pouco mais de sete hectares, aparece na página http://www.mondinion.com/, que dá a localização e explica que está a ser desenvolvida e que foi adquirida em Setembro de 2008.

Segundo a Constituição de Moçambique, a terra não pode ser vendida, mas a verdade é que a ilha do Congo, a hora e meia da costa de Mocimboa da Praia, província de Cabo Delgado, está há semanas à venda.

Nestlé vai investir 22 milhões

Nestlé vai investir 22 milhões de euros em Moçambique
Fábrica, que será instalada na cidade da Beira, província de Sofala, centro do país, visa satisfazer a procura crescente em Moçambique e nos países vizinhos dos produtos na Nestlé

A Nestlé, companhia multinacional de produtos alimentares, anunciou esta sexta-feira um investimento de 22,3 milhões de euros, nos próximos três anos, para a construção de uma fábrica e de uma rede de distribuição de produtos alimentares em Moçambique, nota a Lusa.

A fábrica, que será instalada na cidade da Beira, província de Sofala, centro do país, visa satisfazer a procura crescente em Moçambique e nos países vizinhos dos produtos na Nestlé, nomeadamente produtos de culinária, café e outras bebidas, indica um comunicado hoje divulgado pela instituição na sua página na Internet.

Com a instalação da indústria em Moçambique, prevê-se que mais de 260 moçambicanos tenham emprego até 2013.

A iniciativa da Nestlé faz parte de um plano de investimento da companhia na região da África Oriental que deverá atingir 112,3 milhões de euros em três países da África Austral: Moçambique, Angola e República Democrática do Congo (RDC).

A Nestlé tenciona aumentar os seus investimentos também no Quénia e Zimbabué.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

300 vagões para Moçambique

Empresa da CP negoceia 300 vagões para Moçambique por 20 milhões
Carlos Frazão, presidente da EMEF, está a estudar a proposta, mas tem de assegurar o financiamento.

A EMEF, empresa da CP especializada na construção e manutenção do equipamento ferroviário, tem em cima da mesa uma proposta dos Caminhos-de-Ferro de Moçambique (CFM) para construir 300 vagões de transporte de mercadorias para aquele país africano.

Em declarações ao Diário Económico, o presidente da EMEF (Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário), Carlos Frazão, mostra-se cauteloso sobre esta nova hipótese de negócio. "As coisas ainda não estão definidas. Ainda estamos na entrada da porta e há muitos concorrentes à espreita", ressalva este responsável. Há grandes grupos da África do Sul e da Índia que também querem este negócio.

A proposta de fabrico de 300 vagões foi feita pelos administradores dos CFM aos governantes portugueses durante a visita do primeiro-ministro José Sócrates a Moçambique, em Março. Mas, entretanto, o presidente da empresa ferroviária moçambicana foi substituído e agora a EMEF tem de perceber se a nova equipa de gestão continua a perfilhar o interesse da anterior equipa de gestão.



Habitação

Governo de Moçambique promove a construção de 480 mil habitações até 2014
O Governo de Moçambique vai promover a construção de 480 mil habitações até 2014 para a “melhoria da qualidade de vida do cidadão”, disse o ministro das Obras Públicas e Habitação, Cadmiel Muthemba.
A medida insere-se na Política e Estratégia de Habitação que o Governo pretende aplicar no âmbito do Programa Quinquenal (2010-2014), que tem como objectivo, nomeadamente, proporcionar uma habitação condigna a todos os moçambicanos, bem como facilitar a construção e aquisição de material.
“Para o presente ano económico, o sector propõe-se elaborar a Política de Estratégia e Habitação, promover (em todo o país) o acesso a terra infra-estruturada e apoiar a auto-construção, a auto-construção de 96 mil habitações, a construção de novas habitações, bem como melhorar os assentamentos informais”, refere um documento apresentado durante o Conselho Coordenador do Ministério das Obras Públicas e Habitação (MOPH), em Boane, província de Maputo.
Quanto à construção das 96 mil habitações este ano, o ministério pretende disponibilizar, através de instituições do Estado e autarquias, projectos-tipo evolutivo a cidadãos com rendas baixas, além de definir parâmetros de qualidade e divulgar novas tecnologias para que os custos de construção sejam mais baratos e acessíveis.
De acordo com Cadmiel Muthemba, que hoje falava na reunião do Conselho Coordenador, “o Governo irá continuar a contribuir para a melhoria da qualidade de vida do cidadão”.
A habitação “é considerada uma necessidade social elementar e de importância crítica para a melhoria das condições de vida e reforço do desenvolvimento do capital humano”, justificou Cadmiel Muthemba.
Num balanço das actividades realizadas no primeiro semestre de 2010, o documento do MOPH acrescenta ainda que já demarcou 15 440 talhões de terra, sendo que a maior parte situa-se na província de Sofala, no centro do país.
Na reunião do Conselho Coordenador foi também reafirmado que o governo vai alargar o abastecimento de água a mais 830 mil cidadãos da província de Maputo, Sul do país, um aumento na ordem dos cem por cento graças à construção de novos equipamentos.
“As obras consistem na construção de uma nova estação de tratamento de água em Umbeluzi (Boane), uma nova conduta de transporte de água de Umbeluzi para Matola e na reabilitação das condutas existentes”, explicou o ministro moçambicano das Obras Públicas e Habitação, Cadmiel Muthemba, quarta feira, durante a abertura do XVIII Conselho Coordenador do Ministério na Barragem dos Pequenos Libombos, em Boane.
De acordo com Cadmiel Muthemba, o projecto inclui também a construção de novos centros de distribuição de água em Tsalala, na cidade de Matola, Belo Horizonte e Matola Rio, no distrito de Boane, e a reconstrução dos centros de Boane e Katembe.
Com a conclusão das obras, 1,5 milhões de pessoas da região de Maputo vão ter acesso a água.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Energias Renováveis

Moçambique e Cabo Verde na mira da GeSto Energia

O mercado africano das energias renováveis está a suscitar o interesse da GeSto Energia, empresa do grupo Martifer. O projecto de mapeamento dos principais recursos renováveis de Moçambique é um dos objectivos da empresa, que já assegurou um memorando de entendimento com o Fundo de Energia de Moçambique (FUNAE).

Através deste memorando, a empresa garante a contratualização do projecto de mapeamento, mas também de uma caracterização dos principais projectos renováveis de Moçambique. O projecto tem um custo estimado de 4,5 milhões de euros para um horizonte temporal de dois anos. «Esperamos em breve celebrar o contrato e iniciar o projecto, que poderá ser estruturante para o desenvolvimento futuro da situação energética daquele país», sublinha o administrador-delegado da GeSto Energia, Miguel Barreto. A energia hídrica, eólica, solar, geotérmica, da biomassa/RSU e ondas vão ser abrangidas pela iniciativa.

Em Cabo Verde, o governo adjudicou à GeSto um contrato para a realização do Plano Energético Renovável para Cabo Verde, que inclui a realização de um Plano Energético até 2020, de um Atlas das Energias Renováveis e também o apoio técnico ao licenciamento e operacionalização de um conjunto de projectos bandeira na área das energias renováveis, onde se destacam as duas centrais fotovoltaícas de 5 MW em Santiago e 2,5 MW na ilha do Sal.

Segundo Miguel Barreto a preparação do plano energético renovável começou em Janeiro e vai decorrer até ao final do ano. Está em curso o estudo e projecção da procura por ilha, o estudo dos sistemas e redes eléctricas existentes e a caracterização dos principais recursos renováveis e potenciais projectos. «Por exemplo, ao nível da Geotermia foi já concluído um primeiro reconhecimento geológico das ilhas do Fogo, Santo Antão e São Vicente e realizadas várias dezenas de análises geoquímicas a águas locais», refere o gestor.

Estradas

Manutenção das estradas é dos maiores desafios do governo de Moçambique

A manutenção regular de 18 mil quilómetros de estradas é um dos maiores desafios que o governo enfrenta, disse quarta-feira em Boane o ministro das Obras Públicas de Moçambique, Cadmiel Muthemba.

Ao falar na sessão de abertura do Conselho Coordenador do ministério, reunido na estância turística dos Pequenos Limbombos no distrito de Boane, a 40 quilómetros da capital Maputo, Muthemba garantiu, no entanto, que o governo vai continuar a construir, recuperar e manter estradas e pontes a fim de aumentar a mobilidade de pessoas e bensem Moçambique.

Moçambique dispõe actualmente de 30 300 quilómetros de estradas, dos quais apenas 6 500 quilómetros estão alcatroados, sendo o restante estradas de terra, a maior parte das quais impraticáveis durante a época das chuvas.

O ministro informou os presentes que ao longo dos primeiros seis meses do ano foram completados importantes obras rodoviárias, incluíndo a recuperação da estrada Vanduzi-Changara ligando as províncias de Manica e Tete, a construção da ponte sobre o rio Rovuma ligando Moçambique e a Tanzânia e as pontes de Lucite e Massapa, na província de Manica.

Em construção encontram-se actualmente as pontes sobre os rios Muculumba na província de Nampula, Licungo e Cuacua na Zambézia e estão em reparação as pontes sobre o rio Zambeze na cidade de Tete e a que liga a ilha de Moçambique ao continente.

Oportunidades em Moçambique

Resíduos, água e energia são as principais oportunidades em Moçambique
As relações comerciais entre Portugal e Moçambique, na área do ambiente, estão a avançar a passos largos. Cada vez mais, empresas portuguesas viram-se para o “El Dorado” do Índico à procura de oportunidades nas áreas da gestão de resíduos, abastecimento e saneamento de águas e produção de energias renováveis.
Apesar do orçamento de Estado de Moçambique depender em mais de 50 por cento de investimento externo, o país está a apostar na construção das infra-estruturas básicas, mesmo na actual conjuntura de crise. O ministro moçambicano da Energia, Salvador Namburete, já afirmou que, apesar da crise mundial ter perturbado o andamento dos projectos energéticos em Moçambique, não teve implicações na construção da barragem Mpanda Nkuwa, que será a segunda maior do país, num investimento de 2,1 mil milhões de euros.
No sector da água, o Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água (Fipag) mantém a meta de 70 por cento da população abastecida com abastecimento de água até 2015. Só em 2009, foram investidos cerca de 530 milhões de dólares (431 milhões de euros, à taxa de câmbio actual) no abastecimento de água.
Na opinião da Câmara do Comércio Portugal-Moçambique (CCPM), o Fipag foi um «passo de gigante» para o desenvolvimento de estruturas de abastecimento no país. Não obstante, Maputo continua sinalizada como uma das situações mais problemáticas em termos de abastecimento, devido à falta de planos de abastecimento. A Beira, segunda maior cidade do país e capital da província de Sofala, é um dos locais onde as infra-estruturas estão mais desenvolvidas. Esta é a única cidade onde já se avança em soluções de saneamento, com uma rede de esgotos e uma estação de tratamento de águas. Para os resíduos, as autoridades locais têm planificada a recolha e gestão de resíduos. Mesmo assim, o país conta ainda com inúmeras lixeiras a céu aberto onde são depositados os resíduos sólidos urbanos.
Self Energy consolida posição no mercado moçambicano
A portuguesa Self Energy já conseguiu, em território moçambicano, um conjunto de contratos e adjudicações que ultrapassam os 35 milhões de euros e que serão implementados durante os próximos três anos. Como exemplo de projectos, o CEO do grupo, Miguel Matias, refere a construção de mini-centrais solares em 10 das 50 aldeias que foram contratadas com o FUNAE (Fundo de Energia). Também os Aeroportos de Moçambique contrataram a empresa para a implementação de soluções solares fotovoltaicas nos seus aeroportos.
«As soluções de mini-geração, quer fotovoltaicas, quer através de mini-hídricas são as grandes apostas em Moçambique», afirma Miguel Matias. Num país onde a taxa de electrificação não chega aos 20 por cento, a Self Energy detectou uma oportunidade de mercado no fornecimento de de geração local de energia de base renovável.
Já a EFACEC Ambiente, em consórcio com a Mota Engil e a Sogitel, vai ser a responsável pela construção da segunda fase da Estação de Tratamento de Águas (ETA) de Umbeluzi, através do Fipag. A adjudicação tem um valor de quatro milhões de euros e surge na sequência do contrato já em execução por este consórcio nesta ETA. Com esta segunda fase, a estação de tratamento, que abastece Maputo, Matola e Boane, irá aumentar a capacidade de produção de água potável em 48 000 metros cúbicos por dia.
A Águas de Moçambique, participada da Águas de Portugal, está a participar em três projectos de investigação e desenvolvimento (I&D), no âmbito do 7º Programa Quadro da União Europeia. Os projectos G-MOSAIC, MyWater e TRUST, relacionados com a gestão sustentável dos recursos hídricos e a prevenção de crises, envolvem uma vasta rede de sinergias entre mais de cem instituições. As iniciativas representam um investimento global de mais de 20 milhões de euros na produção de tecnologia e conhecimento.